sexta-feira, 17 de outubro de 2008
A HORA "H"
Quando a minha hora chegar
quero estar tranquilo
e sem medo.
Quero ver tudo passar.
Ver na fita
um filme de vida
bem vivida.
E na despedida,
não sentir o corte frio
do arrependimento.
Quero sentir no peito
a alegria
de ter participado
do sonho
de ser feliz.
Deixar lembranças,
boas ou más,
que tragam esperanças
de um sonho a mais.
Quero ter na saudade
do sublime momento,
uma chama de paz
sem dor
e sem lamento.
Quero ter ao meu lado
o carinho de alguém
que segure a minha mão.
E depois do momento
passado,
constatar que um amigo
ou ser amado,
espera por mim.
MISTÉRIO
Em tudo há mistério
Simbolizando o mistério da vida.
Como o mistério de amar
Na dúvida reprimida.
Em tudo que há mistério
Há vida.
Como o mistério de Ser
Sentir
A emoção desconhecida.
E se não há mistério
Não há vida.
Nem dúvida
Nem aposta.
Como um computador
Expressando uma única resposta.
SER CULTURAL
Quero sentir o beijo suave do vento.
E descobrir o mana que tem poder sobre mim.
Quero o cheiro da terra,
o gosto da vida.
E um dogma onde plantar a minha fé.
Quero constatar epifanias de fogo.
Ver o fogo.
Esse milagre materializado de luz.
Quero viajar na névoa úmida da manha
e encontrar meu prana
refletido num espelho d'água.
Evoluir em cânticos
além da era de metal,
onde me encontro perdido,
banalizado.
Quero ser mais que um ser cultural.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA
Amanhecer
O sol brilhar
O sino tocar
O sino tocar
O galo cantar
O leite chegar
O pão esquentar
O terno passar
Viver
Mania de acreditar.
Entardecer
O lar acolher
O cansaço esconder
O real conhecer
O não dizer
O querer saber
O nada fazer
Viver
Mania de acreditar.
Anoitecer
O banho tomar
O espírito alimentar
O corpo descansar
O pensamento renovar
O tempo duvidar
O medo ultrapassar
Viver
Ver tudo acabar.
SOU
Sou o que fabriquei.
Mas sou possível de metamorfose,
Já que sou matéria
Em constante transformação.
Sou a cara que você viu,
O amigo,
A voz que ouviu.
Sou a emoção que vem de dentro.
Porque sou humano,
Simples artéria,
Em constante ebulição.
(para França - Aju, 31.01.89)
UM LADO DA MOEDA
São tantas palavras
sem sentido,
tantos gestos sem movimento,
tantos sons sem audição,
tantos sabores
sem paladar,
tantos aromas
sem cheiro,
tanto desejo
sem vontade,
tanto gozo
sem tesão,
que todo amor
é sem vida,
pura solidão.
pura solidão.
Só,
sem nada mais.
O OUTRO LADO DA MOEDA
São palavras
sentidas,
poucos gestos
que falam por si.
O cantar dos pássaros,
o sabos das frutas,
o cheiro da chuva.
É algum desejo
forte,
o gozo inesquecível,
que faz do amor
o sentido da vida.
sentidas,
poucos gestos
que falam por si.
O cantar dos pássaros,
o sabos das frutas,
o cheiro da chuva.
É algum desejo
forte,
o gozo inesquecível,
que faz do amor
o sentido da vida.
GOTAS
Nas gotas de chuva,
A lembrança
De alguém que partiu.
A frustração
Do que ficou por fazer.
O momento que não houve,
O que se falou
E o que se ficou por dizer.
A lembrança
De alguém que partiu.
A frustração
Do que ficou por fazer.
O momento que não houve,
O que se falou
E o que se ficou por dizer.
METÁFORAS
São metáforas o que digo:
As palavras escritas
Não alcançam o objetivo.
Como são metáforas o que vivo,
Se o conhecimento adquirido
Não atinge o objetivo.
Também são metáforas o que sinto.
Pois o sentimento vivido
Não expressa o objetivo.
Sou subjetivo.
As palavras escritas
Não alcançam o objetivo.
Como são metáforas o que vivo,
Se o conhecimento adquirido
Não atinge o objetivo.
Também são metáforas o que sinto.
Pois o sentimento vivido
Não expressa o objetivo.
Sou subjetivo.
ESSE RÁPIDO MOMENTO
Que chega assustado
Como quem tem algo a dizer.
Que passa no dorso
Com o gélido tom da morte
E estaciona no ventre
Em forma de calor
E vida.
O momento que alegra
E fascina pelo milagre
Que conduz.
Pela resposta que vem dar
Mas que não se traduz.
Como quem tem algo a dizer.
Que passa no dorso
Com o gélido tom da morte
E estaciona no ventre
Em forma de calor
E vida.
O momento que alegra
E fascina pelo milagre
Que conduz.
Pela resposta que vem dar
Mas que não se traduz.
NAVIO NEGREIRO
Somos navegantes
do eterno navio negreiro.
Somos escravos
de nós mesmos
e das circunstâncias.
Somos navegantes
num mar atormentado.
Os futuros naufrágos
do apocalipse
e do navio errante.
Somos navegantes
do eterno navio negreiro.
Marinheiros,
tripulantes.
Somos todos estrangeiros.
Somos navegantes
na tempestade.
Todos passageiros,
à deriva,
sem comandante.
Somos um navio errante.
Seguindo na correnteza
do mar aflito.
Somos navegantes
rumo ao infinito!
do eterno navio negreiro.
Somos escravos
de nós mesmos
e das circunstâncias.
Somos navegantes
num mar atormentado.
Os futuros naufrágos
do apocalipse
e do navio errante.
Somos navegantes
do eterno navio negreiro.
Marinheiros,
tripulantes.
Somos todos estrangeiros.
Somos navegantes
na tempestade.
Todos passageiros,
à deriva,
sem comandante.
Somos um navio errante.
Seguindo na correnteza
do mar aflito.
Somos navegantes
rumo ao infinito!
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
CHEGA!
Até que enfim termina o horário eleitoral.
Haja saco. Tava enojado dessa gentalha!
Gentalha! Gentalha! Genitália!!!
Haja saco. Tava enojado dessa gentalha!
Gentalha! Gentalha! Genitália!!!
VENTO
Quando caminho
pelas ruas
eu vejo um mundo mutante.
Vejo pessoas,
casas, carros.
Vejo seres rulminantes.
Vejo a pressa
de mortais sonhadores
conquistando sonhos de vento.
pelas ruas
eu vejo um mundo mutante.
Vejo pessoas,
casas, carros.
Vejo seres rulminantes.
Vejo a pressa
de mortais sonhadores
conquistando sonhos de vento.
CHUVA
A chuva que cai
Lava a alma dos desajustados.
Inunda de amor
os namorados.
Encharca a mente dos viciados.
E corre em direção aos rios.
E os rios,
em direção ao mar
que transborda de vida
nas veias de quem sabe amar.
Lava a alma dos desajustados.
Inunda de amor
os namorados.
Encharca a mente dos viciados.
E corre em direção aos rios.
E os rios,
em direção ao mar
que transborda de vida
nas veias de quem sabe amar.
ERUDIÇÃO
Resolvi abluir minha alma
Aboar minhas mágoas
Vestido em leves bêmberes.
Embarcar no baixel da paz
Encontrar a felicidade caterva
E conhecer o caritó
Em terras nordestinas.
Sentir o odor de benjoins
Transcender a catimba de viver
Preparando-me para enfrentar
Aboizes que certamente surgirão.
Sair da lodeira do modernismo
Ampliando meu tempo
E meu espaço.
Aboar minhas mágoas
Vestido em leves bêmberes.
Embarcar no baixel da paz
Encontrar a felicidade caterva
E conhecer o caritó
Em terras nordestinas.
Sentir o odor de benjoins
Transcender a catimba de viver
Preparando-me para enfrentar
Aboizes que certamente surgirão.
Sair da lodeira do modernismo
Ampliando meu tempo
E meu espaço.
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