domingo, 26 de outubro de 2008

O que é tudo isso que me cerca?
Será a vida o prelúdio da morte?
Posted by Picasa

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Continuidade, para mim,
é a obra que se faz imortal.
Ou o filho, que talvez
eu nunca venha a ter."

A HORA "H"

Quando a minha hora chegar
quero estar tranquilo
e sem medo.
Quero ver tudo passar.
Ver na fita
um filme de vida
bem vivida.
E na despedida,
não sentir o corte frio
do arrependimento.

Quero sentir no peito
a alegria
de ter participado
do sonho
de ser feliz.

Deixar lembranças,
boas ou más,
que tragam esperanças
de um sonho a mais.

Quero ter na saudade
do sublime momento,
uma chama de paz
sem dor
e sem lamento.

Quero ter ao meu lado
o carinho de alguém
que segure a minha mão.
E depois do momento
passado,
constatar que um amigo
ou ser amado,
espera por mim.

MISTÉRIO

Em tudo há mistério
Simbolizando o mistério da vida.
Como o mistério de amar
Na dúvida reprimida.

Em tudo que há mistério
Há vida.
Como o mistério de Ser
Sentir
A emoção desconhecida.

E se não há mistério
Não há vida.
Nem dúvida
Nem aposta.
Como um computador
Expressando uma única resposta.

SER CULTURAL

Quero sentir o beijo suave do vento.
E descobrir o mana que tem poder sobre mim.
Quero o cheiro da terra,
o gosto da vida.
E um dogma onde plantar a minha fé.

Quero constatar epifanias de fogo.
Ver o fogo.
Esse milagre materializado de luz.

Quero viajar na névoa úmida da manha
e encontrar meu prana
refletido num espelho d'água.
Evoluir em cânticos
além da era de metal,
onde me encontro perdido,
banalizado.

Quero ser mais que um ser cultural.

S.O.S

Vida maravilhosa
Vida!
De tantos mundos,
Do infinito
Universal.
De tantos sóis,
Que estamos sós.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Amanhecer
O sol brilhar
O sino tocar
O galo cantar
O leite chegar
O pão esquentar
O terno passar
Viver
Mania de acreditar.

Entardecer
O lar acolher
O cansaço esconder
O real conhecer
O não dizer
O querer saber
O nada fazer
Viver
Mania de acreditar.

Anoitecer
O banho tomar
O espírito alimentar
O corpo descansar
O pensamento renovar
O tempo duvidar
O medo ultrapassar
Viver
Ver tudo acabar.
É NA INTUIÇÃO QUE MORA O TALENTO
"A morte é como uma sereia no mar escuro:
- curiosamente, tentadora."

SOU

Sou o que fabriquei.
Mas sou possível de metamorfose,
Já que sou matéria
Em constante transformação.

Sou a cara que você viu,
O amigo,
A voz que ouviu.

Sou a emoção que vem de dentro.
Porque sou humano,
Simples artéria,
Em constante ebulição.

(para França - Aju, 31.01.89)
Ontem,
Como hoje,
Sempre
Será amanhã.

UM LADO DA MOEDA

São tantas palavras
sem sentido,
tantos gestos sem movimento,
tantos sons sem audição,
tantos sabores
sem paladar,
tantos aromas
sem cheiro,
tanto desejo
sem vontade,
tanto gozo
sem tesão,
que todo amor
é sem vida,
pura solidão.
Só,
sem nada mais.

O OUTRO LADO DA MOEDA

São palavras
sentidas,
poucos gestos
que falam por si.

O cantar dos pássaros,
o sabos das frutas,
o cheiro da chuva.

É algum desejo
forte,
o gozo inesquecível,
que faz do amor
o sentido da vida.

GOTAS

Nas gotas de chuva,
A lembrança
De alguém que partiu.
A frustração
Do que ficou por fazer.
O momento que não houve,
O que se falou
E o que se ficou por dizer.
E fica o dito
pelo não dito,

O feito
pelo não feito,

O consumado
pelo imprevisível.

METÁFORAS

São metáforas o que digo:
As palavras escritas
Não alcançam o objetivo.

Como são metáforas o que vivo,
Se o conhecimento adquirido
Não atinge o objetivo.

Também são metáforas o que sinto.
Pois o sentimento vivido
Não expressa o objetivo.

Sou subjetivo.
"Políticos no Brasil é o que há
de mais imoral na face da terra.
Mas, acredito que existam políticos
de boa fé.
(longe daqui)."
"Indescente pra mim é a fome
e a miséria em que vivemos.
O espírito-de-porco da máfia
governamental."

ESSE RÁPIDO MOMENTO

Que chega assustado
Como quem tem algo a dizer.

Que passa no dorso
Com o gélido tom da morte
E estaciona no ventre
Em forma de calor
E vida.

O momento que alegra
E fascina pelo milagre
Que conduz.
Pela resposta que vem dar
Mas que não se traduz.

NAVIO NEGREIRO

Somos navegantes
do eterno navio negreiro.
Somos escravos
de nós mesmos
e das circunstâncias.

Somos navegantes
num mar atormentado.
Os futuros naufrágos
do apocalipse
e do navio errante.

Somos navegantes
do eterno navio negreiro.
Marinheiros,
tripulantes.
Somos todos estrangeiros.

Somos navegantes
na tempestade.
Todos passageiros,
à deriva,
sem comandante.

Somos um navio errante.
Seguindo na correnteza
do mar aflito.

Somos navegantes
rumo ao infinito!
O que quero dizer
Minhas mãos não escrevem
E minha boca
Não consegue falar.
Sem sexo
não tem nexo
nem plexo.
É viver
sem reflexo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008


Ship over Curitiba, by Renato Miller Raposo
A vida flui
em fluxos piroplásticos.

Cosmos espasmódico,
território em movimento plasmático.

Interessante a matéria que nos envolve.

Será um mar?
Será massa encefálica?

Seremos neorônios atomicos?

O que será?
O que seremos?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


Eu penso,

Tu pensas,

Eles pensam...


Mas, pra quê?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CHEGA!

Até que enfim termina o horário eleitoral.
Haja saco. Tava enojado dessa gentalha!
Gentalha! Gentalha! Genitália!!!
TODO MUNDO PENSA, MAS NINGUÉM CHEGA A UMA CONCLUSÃO.

VENTO

Quando caminho
pelas ruas
eu vejo um mundo mutante.

Vejo pessoas,
casas, carros.
Vejo seres rulminantes.

Vejo a pressa
de mortais sonhadores
conquistando sonhos de vento.

FLÔR


Na flôr da idade,
quando a sensibilidade
aflora
à flôr da pele.

CHUVA


A chuva que cai
Lava a alma dos desajustados.
Inunda de amor
os namorados.
Encharca a mente dos viciados.

E corre em direção aos rios.
E os rios,
em direção ao mar
que transborda de vida
nas veias de quem sabe amar.

ERUDIÇÃO

Resolvi abluir minha alma
Aboar minhas mágoas
Vestido em leves bêmberes.

Embarcar no baixel da paz
Encontrar a felicidade caterva
E conhecer o caritó
Em terras nordestinas.

Sentir o odor de benjoins
Transcender a catimba de viver
Preparando-me para enfrentar
Aboizes que certamente surgirão.

Sair da lodeira do modernismo
Ampliando meu tempo
E meu espaço.